O NATAL E A VIOLÊNCIA NO MUNDO

Hoje faço uma pausa em meus comentários políticos, porque é Natal, é tempo de paz e revisão das nossas atitudes. Por isso neste último artigo do ano, falaremos apenas de coisas suaves, no intuito de amenizar o sobressalto de nossos corações, que durante o ano inteiro vive atribulado, repleto de acontecimentos ímpares que nos deixam perturbados e ferozes. Hoje queremos que haja “paz”, a paz de Jesus Cristo no coração dos homens de boa vontade.

Por que a ambiência do Natal não é permanente por todos os dias do ano? É porque, infelizmente, o cristianismo ainda não é levado a sério pela maioria dos chamados cristãos. Podem protestar, mas esta é a verdade! Mas também é verdade que um dia chegaremos lá! O cristianismo de Cristo será, neste terceiro milênio, uma inafastável realidade.

Estamos profundamente preocupados com a brutalidade que campeia no mundo, e todos estamos à cata de uma solução para pelo menos diminuirmos a violência que saiu dos lugares ocultos, das noites escuras e tomou as ruas, invadiu mentes e lares e veio para a luz do Sol. Esquecemos, porém, de que se há violência, esse não é um problema exclusivamente só dos governos, das organizações policiais, mas, principalmente, é um desafio para toda a sociedade. Se a violência saiu das entranhas da escuridão e veio se mostrar à luz do dia é porque habita o íntimo das criaturas, existe em suas almas e corações, e faz-se presente onde estiver o homem.

Discute-se o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa em geral, e ficamos cada vez mais perplexos por não acharmos uma solução, apesar de tantas teses brilhantes. É que a resposta não está exatamente onde a procuramos. Porém, está mais perto do que imaginamos. Está em Deus, que não é uma ilusão.

Não há efeito sem causa. O maior psicólogo de todos os tempos da humanidade, JESUS, ensinou durante sua estada física entre nós: “vós sois o Templo do Deus Vivo”. O Divino-Mestre sempre soube o que dizia, e pelos milênios vem pacientemente ensinando e esperando que nós, seres humanos, finalmente aprendamos a viver em sociedade, sem violência, sem pancadaria e sem ódio gerado por nosso próprio

egoísmo. Precisamos lembrar sempre o que diz o novo mandamento: “amai-vos como eu vos amei” – (João XIII. 34.), e instituir esta afirmação como uma lei de solidariedade humana e social, sem o que, jamais o mundo viverá a justiça social verdadeira para todos. Se Deus está presente – e Deus é a antiviolência – a solução está nEle. Mas para chegarmos a Ele, temos de arrancar de nossos corações a idéia de que Jesus morreu, porque, infelizmente, entre os seres humanos ainda permanece aquele ponto de vista – morreu não volta mais.

Jesus foi crucificado e morto, mas quem disse que Ele morreu? Ele ressuscitou ao terceiro dia e ficou por 40 dias ainda entre os seus discípulos que se tomaram de uma coragem extraordinária depois de verem cumprirem-se suas promessas. Esse Jesus, que vistes subir ao céu, da mesma forma voltará a vós. A ideia de um Jesus morto é magia do mal. O povo tem de vê-lo como realmente é. Está no Apocalipse: “o vitorioso comandante do mundo, aquele que vem sobre as nuvens e todos os olhos O verão, principalmente os daqueles que O transpassaram. As nações e tribos da Terra se lamentarão sobre Ele, porque não quiseram ouvir a Sua mensagem”.

O nosso desejo mais profundo é que nosso querido Brasil não venha a se lamentar por não ter querido ouvir o alerta final do Cristo. E não esqueçamos também, que só acabaremos com a violência que grassa em nossa Pátria, se atentarmos para a presença de Deus.

UM CONTO DE NATAL

Conta o famoso escritor, León Tolstoi, que um aldeão russo, muito devoto, constantemente pedia em suas orações que Jesus viesse visitá-lo em sua humilde choupana. Na véspera do Natal chegou a sonhar que o Senhor iria aparecer-lhe. Tinha tanta certeza da visita que, mal acordou, levantou-se imediatamente e começou a pôr a casa em ordem para receber o hóspede tão esperado. Uma violenta tempestade de granizo e neve acontecia lá fora. E o aldeão continuava com os afazeres domésticos, cuidando também da sopa de repolho, que era o seu prato predileto.

De vez em quando ele observava a estrada, sempre à espera…

Decorrido algum tempo, o aldeão viu que alguém se aproximava caminhando com dificuldade em meio a borrasca de neve. Era um pobre vendedor ambulante, que conduzia às costas um fardo bastante pesado. Compadecido, saiu de casa e foi ao encontro do

vendedor. Levou-o para a choupana, pôs sua roupa a secar ao calor da lareira e repartiu com ele a sopa que preparava. Só o deixou ir embora depois de ver que ele já tinha forças para continuar a jornada.

Olhando de novo através da vidraça, avistou uma mulher na estrada coberta de neve. Foi buscá-la e abrigou-a na choupana. Fez com que sentasse próximo à lareira, deu-lhe de comer, embrulhou-a em sua própria capa… A noite começava a cair… e ele não a deixou partir enquanto não readquirisse forças suficientes para enfrentar a caminhada.

E nada de Jesus!

Já quase sem esperanças, o aldeão novamente foi até a janela e examinou a estrada coberta de neve. Distinguiu ao longe uma criança e percebeu que ela se encontrava perdida e quase congelada pelo frio… Saiu mais uma vez, pegou a criança e levou-a para a cabana. Deu-lhe de comer, e não demorou muito para que a visse adormecida ao calor da lareira. Cansado e desolado, o aldeão sentou-se e acabou por adormecer junto ao fogo. Mas, de repente, uma luz radiosa, que não provinha da lareira, iluminou tudo! Diante do pobre aldeão, surgiu risonho o Senhor, envolto em uma túnica branca!

– Ah! Senhor! Esperei-O pelo dia todo e não aparecestes, lamentou-se o aldeão…

E Jesus lhe respondeu:

– Já por três vezes, hoje, visitei tua choupana: O vendedor ambulante que socorrestes, aquecestes e deste de comer… era Eu! A pobre mulher, a quem deste a capa… era Eu! E a criança que salvaste da tempestade, também era Eu… “O Bem que a cada um deles fizeste, a mim mesmo o fizeste!”

León Tolstoi

Feliz Natal amigos!

Mais um Natal chegou e eu sinto o coração novamente feliz e em paz por ter vocês na minha vida. Dias como estes só são especiais porque tenho amigos como vocês. Eu sei que nós já não temos idade para acreditar no Papai Noel. Mas em honra da nossa infância eu vou lhe pedir um presente: ter vocês sempre na minha vida.

Feliz Natal, meus amigos amados, e que o Ano Novo traga muitas felicidades e realizações para todos nós. Boas Festas!

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Radialista e Jornalista Profissional desde 1979 - Registro no MTF/PR Nº 0888 - Foi diretor de imprensa em prefeituras no Paraná e Santa Catarina. Atualmente aborda assuntos com foco no contexto do cenário político brasileiro e mundial. Como colunista de O Povo, traz análises e notícias exclusivas dos bastidores de temas diversos e relevantes para os catarinenses. E-mail: pimentel.ddc@gmail.com