Aspectos de UMA CAMPANHA

O apresentador Luciano Huck já não esconde mais sua pretensão de disputar as próximas eleições presidenciais, em 2022. Para isso, começa a usar o poderoso veículo onde trabalha (Rede Globo), para fazer campanha antecipada.

No sábado (28/9), durante apresentação do seu programa, “Caldeirão do Huck”, ele exibiu uma “reportagem” onde mostra, ao lado do youtuber Whindersson Nunes, o Rally dos Sertões, no Piauí, e as dificuldades do povo do interior nordestino. O humorista e youtuber, como se sabe, tem mais de 32 milhões de inscritos no seu canal. A “matéria”, com cerca de 20 minutos de duração, sinaliza que Huck está em plena campanha eleitoral. Ele parou em povoados do interior piauiense, conversou com muita gente, exatamente como um autêntico candidato. As pessoas lhe disseram que não há energia elétrica no local e reclamaram da falta de infraestrutura. Huck escutava e respondia que estava conhecendo o Brasil.

Aqueles que já conhecem minha opinião sobre a Globo, sabem das restrições que faço a esta emissora, que quase sempre se coloca de maneira a tirar proveito de tudo e de todos. Ela já apoiou Collor de Melo, FHC, Serra e Aécio Neves, apenas pra citar as principais figuras que interessavam á toda poderosa. Mas, dessa vez, parece que a TV dos irmãos Marinho (talvez por não ter conseguido, ainda, se entrosar com o governo de Jair Bolsonaro, muda sua estratégia (como fez no final dos anos 1980, quando apoiou o “caçador de marajás”) e coloca a campo um dos seus para, quem sabe, burlar a vigilância adversária e mostrar que está muito viva e atenta ao desenrolar dos fatos, olhando de soslaio para uma administração nacional que até aqui dá dois passos pra frente, três pra trás.

Luciano Huck, aliás, já nas últimas eleições era tido como um dos possíveis candidatos ao cargo de presidente da República. Só não foi porque a Globo “desconfiava” que poderia mais uma vez ditar as regras, dar as cartas, jogar de mão com uma possível vitória de Bolsonaro. Errou! E agora, arrependida ou não, vai tentar por outros meios voltar a se adonar (verbo muito utilizado do RS) do nosso país como tem feito desde os tempos dos governos militares.

LAVA-JATO À DERIVA

Outro assunto que movimentou a semana passada foi a sucessão de eventos ocorrido, como o que afetou a Lava Jato que começa a ir a pique como ocorreu no início do século passado com o Transatlântico Titanic. Hackers, The Intercept Brasil, Supremo, Congresso, Planalto e por último a absurda, inacreditável e chocante história do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que disse em entrevista a uma revista de circulação nacional, ter entrado armado na mais alta corte do País para assassinar o ministro Gilmar Mendes.

Lamentável! Depois de endereçar ‘flechadas com sua zarabatana’ contra o então presidente Michel Temer, Rodrigo Janot queria agora assassinar Gilmar a tiros, e, segundo disse, dar um tiro na própria cabeça depois. Não conseguiu tirar o mandato de um nem a vida do outro, mas acabou por matar sua própria reputação. A colunista Eliane Castanhêde (amada por uns, odiada por outros) disse em sua coluna de domingo, que procuradores são servidores públicos e ele (Janot) não era apenas um procurador qualquer, era o Procurador-Geral e estava disposto a cometer não um crime qualquer, mas o mais grave de todos: assassinato. E de um ministro do Supremo, agindo como um justiceiro.

Pra encerrar este ponto de vista, cito a ida de nosso presidente à Organização das Nações Unidas (ONU), onde fez aquele famoso discurso na abertura dos trabalhos. Mas o que quero contar a vocês é que, de todos os presidentes participantes daquela sessão, o único que exigiu “carro blindado” para se movimentar por Nova Iorque, foi Jair Bolsonaro. Tava com medo de que, do que?